segunda-feira, 19 de março de 2012

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES - ANO 2011

Caros sócios,
O
presente relatório pretende dar cumprimento ao preceito legal inscrito na
alínea c) do artigo 18º, dos Estatutos desta Instituição, que consiste em
submeter à apreciação e votação da Assembleia Geral as actividades levadas a
cabo durante o ano de 2011.
Registamos,
aqui, o percurso da actividade da Instituição no último ano. Apesar de uma
conjuntura sócio económica desfavorável estamos conscientes do dever cumprido e
de que foram concretizados, ou mesmo superados, todos os objectivos traçados no
Plano de Actividades para o referido ano.
Assim
sendo, passamos a relatar de forma sistematizada as actividades que esta Instituição
desenvolveu ao longo do ano de 2011, destacando, sobretudo, as seguintes áreas
de actuação:

1. Ano Europeu do Voluntariado
Após
o Conselho de Ministros da União Europeia ter proclamado 2011 – Ano Europeu das Actividades Voluntárias que
Promovam uma Cidadania Activa,
foi preocupação imediata desta Instituição deixar uma marca na comunidade da
referida efeméride.
Mensalmente,
foram planeadas e realizadas diversas actividades, tais como, publicação de
artigos de opinião nos jornais em circulação na ilha, mais concretamente
testemunhos de voluntários, formações específicas para os mesmos, palestras nas
freguesias, angariações de fundos, etc..
Contudo,
das muitas actividades levadas a cabo, salientamos os dois eventos realizados
em parceria com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e a Culturangra - o
Espectáculo de Solidariedade com a participação do Angrajazz em conjunto com o
vocalista Manuel Linhares e os entertainers Luís Filipe Borges e Bruno
Ferreira, bem como, o Colóquio intitulado
“Voluntariado
e Cidadania”, realizado no final do
ano, com a
participação de ilustres personalidades, como: D. Manuel Martins, Bispo Emérito
de Setúbal, Dr.ª Natália Amaral, Vice-presidente da Liga Portuguesa Contra o
Cancro do Núcleo Regional do Centro, Dr. Ponciano Oliveira, vogal do Conselho
de Administração Regional de Saúde da Zona Norte, Dr. Luís Paulo Alves, Eurodeputado
Regional, Dr. Rogério Sousa e ainda a Dra. Sandra Costa, estes dois com uma
mensagem sobre voluntariado jovem.
Também
relacionada com a respectiva efeméride é de salientar o convite formulado pelo
Eurodeputado Dr. Luís Paulo Alves a 4 voluntários da Liga para visitarem o
Parlamento Europeu em Bruxelas, a fim de participarem numa conferência sobre
voluntariado e de melhor percepcionar o funcionamento do Parlamento Europeu.
Facto
digno de registo foi termos sido contemplados com o primeiro lugar do Prémio
“Mais Voluntário”, uma iniciativa levada a cabo pela Eurodeputada, Dr.ª Maria
do Céu Patrão Neves.
Fomos
homenageados também junto com outras associações de voluntariado em saúde, pelo
Provedor do Utente da Saúde, em Ponta Delgada, onde, a convite do mesmo, apresentámos
um trabalho.
Apesar
de todas estas iniciativas para a promoção e visibilidade do voluntariado, em
geral e da acção da Liga, em particular, foi propósito desta Direcção, não
esquecer os doentes, pois é essa a nossa principal missão. Apoiar os que mais sofrem.
Assim, em parceria com a Clínica de Santo
António e com a SATA, foi possível levar 6 doentes carenciados que se
encontravam há longo tempo na lista de espera para cirurgia, no Hospital de
Santo Espírito de Angra do Heroísmo, EPE. O custo destas intervenções foi de
cerca de € 12 000,00 totalmente suportados pela Liga.
As
áreas médicas privilegiadas neste projecto foram as da neurocirurgia e a da
cirurgia vascular.

2. Alojamentos
A
Casa Solidária manteve a sua dinâmica muito própria: acolheu, durante o ano
transacto, 386 utentes, num total de 2014 dormidas.
O
Apartamento de Coimbra funcionou durante 10 anos. Embora gerido à distância e
conscientes dos problemas que isso acarreta, foi sempre um local muito elogiado
e apreciado por todos os utentes que por lá passaram.
Tendo
em conta os acordos feitos pelo Governo Regional e as despesas que a Liga tinha
de suportar, a direcção decidiu, e muito bem, encerrar o respectivo
apartamento. Para colmatar alguma necessidade nesta área, elaborou-se um
protocolo com a Casa da Sagrada Família, beneficiando os doentes de preços
especiais.
A
Liga procura ajudar e defender os doentes. Assim, apraz-nos referir que em diálogo
frutífero com a Secretaria Regional da Saúde, conseguimos que os doentes encaminhados
por esta Instituição para a cidade do Porto, possam alojar-se na Residência da
Liga Portuguesa Contra o Cancro, desde que haja vagas nas mesmas condições dos
doentes do Sistema Regional de Saúde.
Manteve-se
o aluguer da Casa da Ribeirinha.

3. Apoio a doentes
No
apoio aos doentes carenciados e internados, muitos encaminhados pelo Serviço
Social do Hospital, foi despendida a quantia de € 13 808,07 em medicação,
material ortopédico, transportes, refeições, vestuário, consultas e exames
complementares.
Marcámos
de forma especial junto do doente internado, as épocas festivas – Natal, Páscoa
e Dia Mundial do Doente, oferecendo objectos de utilidade pessoal.
No
que concerne aos doentes deslocados foram gastos € 3 789,19 em passagens
aéreas, alojamentos, refeições, etc..
Sempre
que solicitado, os nossos delegados em Lisboa, D. Maria da Glória Santos e Sr.
Abel Borba, prestaram o seu apoio muito significativo aos doentes mais
desprotegidos, na chegada ao aeroporto, no acompanhamento a consultas, nas
visitas aos Hospitais, etc..
Os
nossos voluntários efectuaram 20 acompanhamentos, num total
de 154
dias, ou seja
3696 horas, a doentes
que vivem só ou que por qualquer
razão a família não os pôde acompanhar.
Teremos
de realçar aqui o acompanhamento feito pela nossa voluntária Anabela que, desde
Agosto até esta data, está em Lisboa junto de uma deslocada gravemente doente.
Mantiveram-se
os acordos na ilha Terceira e no Continente com médicos e clínicas privadas
beneficiando 564 utentes.

4. Consultório
A
funcionar desde 2009, este foi o ano de consolidação do projecto: trazer
médicos credíveis à sede da Liga, de forma a criar uma alternativa aos doentes
dos Açores.
Para
além das especialidades médicas a funcionar desde o início do projecto -
ortopedia, neurocirurgia e patologia mamária, foi também alargado a outras
especialidades como, urologia, ginecologia, endocrinologia, cirurgia vascular e
medicina geral e familiar.
Durante
o ano foram efectuadas 458 consultas, das quais resultaram 12 cirurgias.
Os
doentes que necessitaram de efectuar intervenções cirúrgicas beneficiaram de
descontos significativos, protocolados entre a Liga e unidades de saúde do
Continente – Casa de Saúde da Boavista e Clínica de Santo António.

5. Voluntariado
A
acção do voluntariado hospitalar assenta na cooperação e na interacção com
todos os agentes que integram o meio, desde o doente, passando pelo pessoal
técnico ou pelos auxiliares. Tendo isso em linha de conta, a Direcção não
descurou a formação dos voluntários, efectuando reuniões periódicas, com
temáticas válidas, a fim de reforçar as suas competências.
Dentro do Hospital, um grupo de pessoas
altruístas procurou todos os dias, minimizar o sofrimento dos doentes,
proporcionando-lhes
pequenos momentos
de bem-estar e ternura, através
de visitas diárias durante as quais foram estabelecidos diálogos afáveis e
alegres, na distribuição de jornais e revistas e no apoio às refeições.
Durante
o ano iniciámos a distribuição de umas bolachas, sumos e chá quente no Serviço
de Oncologia.
O
voluntariado, no Serviço de Urgência, continuou a ganhar contornos de simpatia,
junto dos técnicos, utentes e seus familiares que recorrem àquele serviço.
O total de horas não contabilizadas em
voluntariado somou as 5 304 horas.
A
direcção fez-se representar nas jornadas de voluntariado, na ilha de São
Miguel, organizadas pela Liga dos Amigos do Hospital de Ponta Delgada, onde
apresentou um testemunho do nosso trabalho. Outro elemento representou a
Instituição no grande Encontro da Federação do Voluntariado em Saúde.

6. Liga e Comunidade
Com
o intuito de envolver a comunidade, tal como refere o n.º 3 do artigo 2º dos
nossos Estatutos, continuou-se a efectuar, junto da comunidade terceirense, sessões
de sensibilização para problemas de saúde, através dos médicos colaboradores:
Dr.ª Margarida Moniz, Dr. Carlos Sarmento e Dr. Ângelo Andrade.
Numa
Instituição sem fins lucrativos impõe-se um trabalho criativo e dinâmico que, a
par da envolvência da comunidade possa também angariar alguns fundos para
melhor apoiarmos quem a nós recorre. Neste sentido, foram realizadas as
seguintes iniciativas - Canto das Delícias, durante as Sanjonaninas, Espectáculo
de Solidariedade, bingos, sorteios, venda de artesanato e mealheiros colocados
em espaços públicos. Estas acções renderam o montante de € 7 999,36.
A
convite do Instituto de Acção Social a Liga manteve-se como parceira no
Programa Comunitário de Apoio Alimentar a Carenciados, do Ministério da
Solidariedade.
Foi dada
continuidade à publicação
do boletim informativo “Partilha”, que
continua a ser o melhor veículo para fazer chegar a nossa informação aos sócios
e público em geral.
Adicionalmente,
foi também actualizado o nosso blog, com toda a informação relevante e de
interesse.


Antes
de terminar queremos aqui deixar um agradecimento e reconhecimento especial a
todos os órgãos sociais, aos voluntários, aos delegados e demais colaboradores,
pois são eles o bálsamo necessário para este projecto continuar avante, bem
como aos nossos parceiros sociais e todos aqueles que colaboraram na
concretização de todo este trabalho: Direcção Regional da Solidariedade e
Segurança Social, Saudaçor S.A., Hospital de Santo Espírito de Angra do
Heroísmo, EPE, médicos que se deslocam à nossa ilha, Dr. Francisco Serdoura,
Dr. Rui Pinto, Dr. Cesário Vilela, Dr. José Luís Fougo, Dr.ª Paula Mendes e
Dr.ª Georgete Ferreira, Clínicas e médicos com quem temos acordos no Continente
e na ilha Terceira, Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Culturangra, Angrajazz,
Manuel Linhares, Luís Filipe Borges, Bruno Ferreira, todos os palestrantes do
Colóquio e Liga dos Amigos do Hospital de Ponta Delgada.
Terminamos
convictos de ter pautado a nossa acção pelo rigor e justiça social e cientes de
ter realizado tudo o que estava ao nosso alcance em prol dos doentes. Contudo,
deixamos ao vosso critério a apreciação e avaliação do trabalho aqui
descrito.

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